14 fevereiro, 2007

A Bela Sonhadora


Quem é a Bela Sonhadora?


Pergunta à qual nem a própria sabe responder. Ela acha-se uma sonhadora constante, talvez seja pelo facto de sempre lhe terem dito que era assim que ela vivia, num Sonho Constante, num mundo de fantasia, onde existem príncipes e dragões, onde o príncipe de cavalo branco a vai salvar dos maiores perigos. Mundo, esse, onde existe sempre um sorriso pronto a ser oferecido, donde qualquer fantasia ganha vida e donde (SUPOSTAMENTE) não há espaço para pesadelos ou sonhos tristes.


Um mundo de grandes fantasias e de sonhos ainda maiores, mas aonde nem todos podem entrar, apesar de para ela ser DEMASIADO IMPORTANTE a aprovação de todos os demais, nesse mundo utópico, só entram aqueles capazes de sonhar tanto ou mais que ela, ou pelo menos fingir que o fazem mas sobretudo só ficarão aí aqueles que forem capazes de acompanhar a velocidade estonteante a que passam esses sonhos/fantasias, pois o que para ela é hoje o maior sonho da sua vida amanha já é um outro.


Ela é assim, sonhadora sim, mas não de um sonho só, não daquele sonho em concreto, mas sim deste sonho, daquele outro e até daquele que ainda esta por ser sonhado.


Ela procura passar a imagem de que sonha sempre, de que os seus sonhos são belos e nunca pesadelos, no entanto não é essa a sua realidade, pois no seu mundo não pairam apenas sonhos (apesar de ela o tentar) pairam também medos (e muitos, ela finge que não, mas o que é certo é que alguns desses medos transformam-se em pesadelos). Nesse seu mundo por vezes os dragões conseguem ser maiores que tudo o resto, conseguindo roubar a sua força e aumentar a sua sempre presente insegurança, pois ela tem medo de não ser capaz de… , ela tem medo de não sentir… , ela tem medo de não saber… , ela tem medo de não ser... !


No fim, esta que se acha Bela Sonhadora (“Bela” pela beleza dos seus sonhos e não por qualquer outros atributos) não passa de uma rapariga “normal” que sonha com o seu futuro mas que no fundo tem muito medo do que este lhe reserva.


No fundo esta está ansiosa por se dar a conhecer não aos outros mas sim a ela própria, no fundo esta apenas procura saber do que realmente é capaz e do que conseguirá realizar…


E no fundo, no fundo, esta, tem é umas saudades enormes do tempo em que era criança, de quando ainda não tinha capacidade para pensar ou questionar… de quando as suas Fantasias eram Realidade.